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quinta-feira, 22 de março de 2012

"Raul - O Início, o Fim e o Meio" mostra a vida de rock e loucuras do Maluco Beleza




O documentário “Raul - O Início, o Fim e o Meio”, que conta a história da vida da lenda do rock brasileiro, Raul Seixas, teve sua pré-estreia na noite desta terça, 20 de março, em São Paulo. Dirigido por Walter Carvalho, o filme detalha as diversas fases do músico, desde sua infância, a descoberta do rock ‘n’ roll com Elvis Presley - sua maior inspiração - até suas últimas horas de vida.

Repleto de fotos e filmagens de Raul, o documentário conta com depoimentos, comentários e relatos de importantes personagens que ajudaram a construir essa tão louca história do eterno Maluco Beleza, como Paulo Coelho, Nelson Motta, Caetano Veloso, Tom Zé. Porém, os depoimentos que mais se destacam, são das três filhas do músico e de todas suas ex-mulheres e companheiras. Com exceção da primeira esposa, Edith, que através de uma carta, lida por sua filha, alegou que não fala sobre Raul por lhe trazer más lembranças.

Raul Seixas até hoje move uma multidão e foi um revolucionário, desde sua mistura de rock com baião, de Elvis Presley com Luiz Gonzaga, até sua atitude excêntrica, subversiva, transgressora que cada vez mais se estendia dos palcos para a vida.

Em duas horas de documentário fica claro que Raulzito era sim uma metamorfose ambulante. Ele abraçou crenças, estilos de vida e levava uma legião junto. A famosa Sociedade Alternativa que prometia liberdade, ordem e desordem: "Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei".

Momentos muito engraçados, como a exibição de uma reportagem feita na praia onde uma ressaca no mar acabou amassando o carro de Raul, que fala ao repórter: “A onda amassou todo o meu carro. Mas a onda tá certa!”, um momento em Paulo Coelho falava direto de sua aconchegante casa em Genebra (Suíça) e uma mosca não para de voar ao seu redor, até que ele interrompa dizendo: “Aqui não tem moscas. É Raul!”, entre outros, que levaram os convidados da sessão ao riso.

Já outros bem pesados, especialmente ao fim de sua carreira e de sua vida, quando Marcelo Nova chamou Raul para uma série de shows em um período em que ele estava por baixo, são bem chocantes. O abuso de drogas e especialmente do álcool,o relato de seu irmão, que constantemente ia para o Rio de Janeiro para internar Raul, e as visões de quem acompanhou isso tudo de perto, são pedaços tristes dessa história.

“Raul - O Início, o Fim e o Meio” foi belamente produzido, editado e não deixa nada de fora, todos os altos e baixos estão ali. Ótimo documentário para os fãs e para aqueles que não conhecem a trajetória do roqueiro mais louco de nosso País.

O filme estreia nesta sexta-feira, 23 de março, nos cinemas.

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